quinta-feira, maio 31, 2007

Videogames e Direitos Humanos

Ok, estou comecando a me sentir um alienado por falar tanto de videogames aqui, mas são quase duas da manhã e decidi parar com minha pesquisa e passear pela net. Aí achei algo que não posso deixar de mostrar e comentar, como estudante de Direitos Humanos: A ONU, via UNICEF, lancou uns videozinhos educacionais para criancas na Franca usando como astro seu novo "mensageiro", nada menos que Rayman, personagem de uma série de jogos de viodegame, juntamente com um dos coelhos de um jogo do wii (Rayman Raving Rabbits) que coincidentemente eu e minha turma de direitos humanos jogamos na casa de um colega.

os vídeos são os direitos da criancas de se exprimir, receber alimentacão adequada e de ir à escola. São hilários (o jogo é muito mais) como uma campanha educativa pode ser.

segunda-feira, maio 28, 2007

Sobre a insônia

Esta coluna de João Pereira Coutinho pareceu descrever a mim mesmo, quando tive uma insônia real durante a universidade.

Para lê-la, eis o link:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult2707u300040.shtml

domingo, maio 27, 2007

Domingo

Domingão nublado por aqui. Perfeito. Já fiz muito do que tinha programado pro fim de semana, então posso assistir ao GP de Mônaco tranquilo e depois sair pra tomar um expresso.

A noite será em casa de novo, lendo um pouco (amanhã tem uma aula importante de direitos humanos e negócios e tenho que comecar a fazer o trabalho final), jogando um pouco de videogame e talvez vendo um filme.

O tema do trabalho final de Direitos Humanos e Negócios eu já escolhi: "O Direito à Saúde e a indústria farmacêutica: Responsabilidade Social como um preventor de quebra de patente e licenciamento compulsório." Minha idéia é argumentar que, ante a um direito internacional que permite a quebra de patentes de remédios, ato que pode causar enormes prejuízos a indústria farmacêutica, os princípios de responsabilidade social e de contabilidade de Direitos Humanos podem representar um metódo de prevencão ou, no mínimo, previsão de situacões que possam causar prejuízos futuros.

O problema é que quase todas as multinacionais farmacêuticas têm um programa de responsabilidade social, mas é díficil separar os que funcionam e são relevantes, dos que funcionam mas são irrelevantes (porque pequenos demais) e dos que são pura balela principiológica. Além disso, essas empresas são grandes demais, aí enquanto um departamento é todo politicamente correto, outro (normalmente mais importante) é absolutamente o oposto. Isso dificulta muito a pesquisa, ainda que eu fique só no campo teórico (há chance de pesquisar em loco numa multinacional que fica aqui em Lund, mas essa chance é pequena).

Além disso, nesta semana importante, tenho que mandar um cronograma de tese pro meu orientador e ele tem que aceitar exatamente o que proponho, pois quero adiantar algumas coisas, senão vai ser muito estressante no final do ano.

Domingo é mesmo dia de pensar no que virá... é por isso que é um dia tão tendencioso a ser chato, no mínimo.

Agora vou fazer almoco e ver a fórmula 1. Tenham um bom dia e não se deprimam.
:-)

sábado, maio 26, 2007

Fyra Nyanser av Brunt

DEcidi passar a colocar no blog os filmes que estou vendo (pelo menos os melhores) pra que eu não os esqueca completamente. Estou etntando ver alguns filmes suecos, pois sei que eles não chegam ao Brasil. Quando os pego na biblioteca, não faco a menor idéia da temática deles. Meu único critério é: tem legendas em inglês? Se sim, eu trago pra casa. Entretenimento divertido, interessante e gratuito.

O título acima é de um filme sueco ao qual assisti há dois dias. É como um "Macunaíma" escandinavo, de tão pesada que é a crítica aos habitantes dessa terra setentrional. O título, "Quatro tons de marron", é uma referência à lama que substituiu o azul da bandeira sueca, como na ilustracão da capa do DVD. Estando aqui há quase um ano, achei várias das críticas extremamente pertinentes.

Lonely Souls

Eu jogo videogame há mais de vinte anos e a experiência nos jogos mudou completamente durante este tempo, mas hoje aconteceu algo inédito pra mim.

Eu nem estava jogando, mas lendo blogs na internet, quando me deparei com um "trailler" de um jogo que será lancado este ano chamado "Assassins Creed". O jogo, provavelmente, será só mais um jogo. Mas o trailler me apresentou uma linda música de 1999, de um projeto do Richard Ashcroft (ex-vocalista do Verve) com um DJ. Aqui está a novidade da coisa: os videogames nunca me haviam despertado para uma banda antes. E não se trata de uma nova banda, mas de um projeto alternativo e duracão limitada. E nem se tratava de um jogo, mas de um simples trailler.

Quando alguém diz que os videogames estão ultrapassando o cinema como "avant-garde", eu ainda acho que é um exagero, mas sem dúvida a evolucão dos jogos está se dando em uma velocidade muito superior.

Eis o belíssimo trailler:


E a música completa, num vídeo caseiro que achei no youtube:

sexta-feira, maio 25, 2007

Sem novidades

Faz quase uma semana que não atualizo o blog, mas melhor calar do que aborrecer com assuntos absolutamente (mais do que de costume) desisteressantes.

Pois é, foi só estudo e apreensão por não saber algumas coisas de Responsabilidade Social de Empresas e sobre minha futura tese, que já me cause pequenos momentos de pânico.

Além disso, alguns colegas que já concluíram as matérias deste semestre (só Direitos Humanos e Negócios não terminou) e foram alguns encontros de semi-despedida (todos voltam depois do verão do hemisfério norte) que foram legais, mas melancólicos. Como não sou de despedidas, dei um jeitinho de sempre sair um pouco antes.

E, sim, comprei um videogame: um playstation 2 usado, com 4 jogos usados, por 450 reais. Um grande negócio, pois agora posso ver DVDs na TV também. O melhor foi a sensacão de ver os jogos originais, com manual e tudo. O último jogo original que tive foi Super Mario World, em 1992, pois ele veio junto com o Super Nintendo.

Mas, pra ser sincero, o melhor de ter um videogame agora é não pensar tanto em comprar um. Pra mim, o melhor jeito de tratar uma obsessão é ceder e ir fundo nela. Rapidinho passa...

sexta-feira, maio 18, 2007

Visita da ruindade

Você nunca espera
Nunca está preparado
Estava tudo bem
Ainda está

Você não se toca
Pode ser o início de uma gripe
Será que a garganta vai inflamar de novo?
Come uma salada? Uma sopa?
Não faz diferenca

Alguns amigos chamam para uma happy hour
Você nao quer ir
Uma amiga chama pra ver um filme
Você não quer ir
Só reclama que não tem companhia
E é uma reclamacão sincera

E a festa que só acontecerá hoje
A que você queria tanto ir
Não quer mais

Você vai pra casa
Está cansado do centro
Compra três cervejas
Irá beber uma hoje, com uma pizza, ouvindo boa música
Come a pizza, mas a cerveja esquentou e você nem a abriu
E nenhuma música é boa

Você comeca a se investigar
Não há qualquer sintoma de doenca alguma
Você não está com fome, nem sede
E está descansado
Não há nenhum problema

Mas nada neste dia fez sentido
Você agiu automaticamente
Levantou, escovou os dentes, tomou café, andou, almocou, tomou um expresso com chocolate, leu, falou ao fone e respondeu emails
Tudo, tudo automaticamente

Finalmente, você enxerga
Está com saudade (aquela ruim)
Remédio?
Esperar a ruindade passar

Músicas sobre envelhecimento

Não que ainda esteja pensando nisso (nunca penso exatamente na mesma coisa por muito tempo), mas acabei descobrindo duas músicas sujas letras falam exatamente sobre o envelhecimento e são fantásticas.

- Losing My Edge, do LCD Soundsystem
- No Pussy Blues, do Nick Cave

Interessante é que elas são extremamente pessoais, autobiográficas mesmo. Na primeira, James Murphy se vê sendo ultrapassado por garotos de Londres, Paris e Berlin, que têm músicas, influências, amigos e tudo o mais melhor que ele. Ele admite que são pessoas legais, mas deixa escapar certo e sincero ressentimento. A melodia é repetitiva, aproximando-se de ser chatinha, e serve apenas de pano de fundo para James Murphy desabafar. A música me lembrou os cantadores de viola do nordeste, fazendo poesia sobre a mesma melodia, que nunca muda. Em ambos os casos, o que importa é a letra, que no caso de "Losing My Edge" é fantástica. Teria que ser, pois esse é o tipo de música que eu normalmente passaria direto...

Na segunda, Nick Cave, roqueiro há mais de 25 anos, se vê no palco, com o rosto desfigurado pela vida que viveu até ali, sendo ovacionado por uma platéia muito mais jovem que ele. E tudo que ele pensa é que "acima de todas as coisas, ele deve se amar", pois no fundo ele está absolutamente transtornado com essa garota que, apesar dele já ter feito de tudo, simplesmente "não quer". Ao fim, ele conclui que a única coisa que lhe restou foi a música, a "no pussy blues". Essa música é genial em seu bom humor e dignidade patética.

E hoje, como já disse, tudo se encontra no youtube.

Losing My Edge


No Pussy Blues, ao vivo

quarta-feira, maio 16, 2007

A importância de uma boa aula

Apenas pra eu mesmo não esquecer: um dia normal pode ser muito bom. Bastou uma aula inspirada de Direitos Humanos e Negócios pra me deixar entusiasmado novamente com a rotina de estudante. A insercão de responsabilidade Social dentro do direito empresarial é muito mais complexa do que eu pensava, mas isso deixa a matéria muito mais interessante. Dá até vontade de mudar o tema de minha futura tese. Não vou fazer isso, mas que hoje deu vontade, deu.

...

Um dia tudo o que eu quero é normalidade, habitualidade, descanso
Dois dias de habitualidade e reclamo de rotina
Um vazio imenso toma conta da noite
Noite que se alonga quase até a manhã
Manhã em que acordo irritado
Prenunciando um dia improdutivo
E a noite chega
E irá se alongar
Deveria haver algo em mim que bastasse
Mas parece que não.

terça-feira, maio 15, 2007

Sobre o envelhecimento

Estes dias pensei um pouco mais detidamente sobre o envelhecimento.

Acho que o que desencadeou esta “visão” foi o fato de ser nitidamente um dos mais velhos na viagem da Rússia. Lá, meus desejos eram relativamente diversos dos da maioria dos estudantes. Em Barcelona, no albergue, também percebi que estou um pouco acima da faixa etária dos hóspedes, quase todos muito jovens, muito descolados, muito assertivos.

Depois outro fato me chamou a atencão: uma frase de Alex Truner, que tem uns 21 anos de idade, vocalista do Artic Monkeys, na Uncut. Ele disse que, onde quer que estejamos, sempre lembramos de quando tínhamos dezessete anos. Eu tinha acabado de escrever o texto sobre a sensacão de estar sempre na BR-230 e achei que o que senti foi exatamente o que ele descreveu.

Eu gosto muito do Artic Monkeys. Mas olho pra foto deles e o que vem à mente é: “são só uns meninos.” Ainda é nova essa sensacão de sentir nitidamente que ouco, gosto e sou influenciado por uma banda de uma geracão posterior à minha. A infância e a adolescência deles foi outra. Quando eles nasceram, já tinha MTV na Inglaterra; o primeiro videogame foi o super nintendo (meu quarto console). Eles se tornaram adolescentes bem depois do grunge. Como é que esses “meninos” têm algo interessante a dizer pra mim? A questão vale tanto pro Artic Monkeys quanto pro Bloc Party.

Estou apenas um ano mais velho do que quando vim para a Europa, mas enquanto era dos mais jovens da turma de Brasília, sou dos mais velhos da turma de Lund. Não é que o envelhecimento me preocupe, até porque sinto estar exatamente onde queria estar, no momento em que queria estar. Trata-se apenas de que comeco a sentí-lo. Comeco a enxergar com mais nitidez esta passagem do tempo e de idades. Uma das coisas boas que isto traz é uma melhor percepcão da volatilidade das situacões. Tudo vai passar, o que não quer dizer que o presente seja menos importante, apenas que ele é só o presente.

A cada dia sinto-me mais preparado para o futuro, mais seguro, mais embasado. Ao mesmo tempo, tenho cada vez menos idéia de como será este futuro. Tenho menos certezas. Continúo perdido, cheio de vontades, desejos e aspiracões que não seguem nenhuma ordem ou hierarquia. Elejo prioridades hoje que não lembrarei amanhã. Mas estou mais confortável com esta desordem. Talvez ela seja menos um sinal de imaturidade. Talvez seja apenas eu, como serei sempre.

Não sei se “deve haver algum sentido em mim que basta,” mas por ora tudo bem. Envelhecimento é também auto-indulgência, benigna ou não.

E felizmente apareceram músicas de bandas de gente da minha idade, me dizendo coisas igualmente interessantes, como o LCD Sounsystem, que ouco sem parar agora.

Marinês e sua gente


Acabo por saber por um email do Brasil que morreu a cantora Marinês.

Honestamente, não lembro se cheguei a vê-la cantando ao vivo. Acho até que não, o que será sempre uma falha imperdoável no meu caráter, juntamente com nunca ter visto Chico Science. Tive oportunidade de vê-los, ambos em Campina Grande, e não os vi. Quando se trata de gente dessa importância, a falta de iniciativa de vê-los é para mim uma autêntica falha de caráter. Espero que ao menos tenha aprendido a licão!

Lembro que ainda na infância perguntei a minha mãe que tipo de música ela ouvia quando era pequena. A resposta foi "Marinês e sua gente", no rádio de pilha do meu avô, que ele ligava à noite, no alpendre da casa.

Morreu um dos últimos expoentes de um nordeste que celebrava uma cultura extremamente própria, com dignidade e beleza. Algo, no entanto, me deixa feliz. Ela ao menos recebeu o reconhecimento que merecia ainda em vida. Sei que foram muitas as homenagens que se prestaram a ela em Campina Grande nos últimos anos. Isso é pouco, mas é raro.

Reproduzo um pedaco do email que recebi, relatando o primeiro encontro dela com Luiz Gonzaga e a razão do nome do seu grupo, "Marinês e sua gente".

Gonzaga de saias - Com repertório afiado, zarparam na lapa do mundo, tocavam em bibocas, cinemas , circos, alugavam armazéns e iam disseminando o novo ritmo criado por Gonzaga. Este, por sua vez, ia tendo notícia aqui e alí de um trio que tocava suas músicas: "a moça é uma Gonzaga de Saias", diziam.

"O primeiro encontro, acontecido em 1955, é narrado por Marinês: "Foi quando eu fiz um show em Propriá (Sergipe) e Pedro Chaves, o prefeito na ocasião, apaixonado por Luiz Gonzaga, ofereceu um busto na praça. Eu e meu marido dissemos que tínhamos muita vontade de conhecê-lo pessoalmente. Ele, então, nos contrata para fazer um show justamente no dia que Gonzaga ia inaugurar a Praça. Ele nos botou num apartamento junto do apartamento do Gonzaga, porta com porta.

Quando chegamnos lá, Luiz Gonzaga já estava sabendo que tinha essa cangaceirinha, como ele me chamava, cantando as músicas dele. Quando o Pedro Chaves disse: a Marinês está aí. Ele bateu em nossa porta e disse: -Vocês são meus convidados para comer comigo na mesa. Eu tremia, nem comi direito, nervosa com o impacto da presença, uma coisa que eu sonhava. Almoçamos e ele disse: eu vou lhe ensinar a dançar xaxado porque eu estou precisando de uma rainha do xaxado. Tenho a princesinha do baião, que era Claudete. Aí ele foi dançar comigo", recorda.

Após a apresentação Gonzaga prometeu dar uma força à Patrulha de Choque, acenando com canais abertos em rádios e gravadoras. no Rio , onde morava. Em março de 1956 a trupe chegou no Rio e se hospedou na casa de Helena Gonzaga, madame baião, e do rei. Apadrinhados desde o encontro em Sergipe, Gonzaga saiu a apresentá-los nos programas na Rádio Mayrink Veiga - onde coroou em terras do Sul oficialmente a Rainha do Xaxado. Tocaram também nas rádios Nacional e Tupi.

Depois de divulgá-los, o cantor de Asa Branca destitue a Tropa e os incorpora à sua nova produção: "Luiz Gonzaga e Seus Cabras da Peste". Abdias ia pro agogô - só tocava sanfonaquando luiz dançava - Zito Borbortema no pandeiro, Marinês no triângulo e Miudinho na zabumba.

Neste ano Marinês registrava em disco sua voz pela priemira vez, na faixa Mané e Zabé, de Gonzaga. O novo grupo partiria para uma excursão à capital meneira para celebrar o aniversário de uma emissora associada. Na volta, ogrupo teve que enfrentar o ciúme de Helena Gonzaga que exigiu ao rei a dissolução do grupo.

No começo de 1957 Marinês se apresentou no programa Rancho Alegre , da rádio Tupi. Antes de entrarem em cena o apresentador Chacrinha apontou para cacau e Abdias e perguntou a cantora :

- Quem são esses aí ?
- É minha gente, explicou.

De bate-pronto o velho guerreiro anunciou: Marinês e sua gente. A partir de hoje você vai ser Marinês e sua gente."

Festival local e Eurovision

Sábado passei algumas agradáveis horas num festival de música local em Delphi, uma das maiores áreas estudantis de Lund (a outra grande área é onde vivo: Vildanden).




Um videozinho de uma das primeiras bandas que tocou, no início da tarde


À noite, reencontrei o pessoal na casa de Gabriela para acompanhar pela TV o Eurovision, festival de música que PÁRA a Europa por uma noite.

Cada país da Europa seleciona um representante é 24 países chegam à final. Todos os concorrentes se apresentam e depois toda a Europa vota em sua cancão favorita. A qualidade das músicas varia entre sofrível (as que se levam a sério) e patéticas (que não se levam a sério).

Este ano a grande briga foi entre Sérvia (categoria sofrível) e Ucrãnia (patética). No final, deu Sérvia, com uma grande ajuda dos votos dos países da ex-Iugoslávia. Ano passado quem ganhou foi a Noruega, que enviou um grupo de metaleiros vestidos de vikings. Eu já havia assitido ao Eurovision em 2004, quando estava em Amsterdã. Na ocasião, TODOS os pubs da cidade estavam transmitindo o evento.

segunda-feira, maio 14, 2007

Maio

Cheguei em casa de Copenhagen às duas da manhã, exausto. Havia saído às 11 da manhã para deixar Jair e Leila na estacão de trem; depois assisti uma aula e uma palestra, indo direto pra Copenhagen direto da universidade. A noite marcou o fim de um mês incrível, fechando como ele merecia.

No dia seguinte, passei o dia em casa, de repouso, fazendo apenas algumas coisas básicas de organizacão de casa e estudando um pouco. Na sexta, a única diferenca é que eu tinha aula. Fora isso, também foi um dia de descanso total.

Maio será um mês sem tanta agitacão. Quero aproveitar ao máximo a disciplina de Direitos Humanos e Negócios, cujo professor é muito bom. Além disso, Lund está no auge da beleza de primavera. Tudo já brotou e o verde é estremamente vivo.

Em maio não quero sair de Lund. E não devo mesmo sair (a não ser pra Malmö, mas isso nem conta) até o fim da disciplina, em 7 de junho.

Fotos no caminho de casa para o centro



Cold War Kids in Copenhagen

Depois do show do Bloc Party em Estocolmo, só um show muito bom pra me deixar satisfeito. Felizmente, não era qualquer banda que eu iria ver na sequência. Os ingressos pro show estavam comprados faz tempo e o lugar era muito pequeno. Tão pequeno que a sensacão era de se estar num bar.

Ainda que o show não tivesse sido excelente, só a apresentacão de poesia (!) que o antecedeu já teria valido a pena.

Mas o show foi, sim, excelente. A banda é muito boa, apesar de ser novíssima. É também uma banda muito peculiar nos dias atuais. O primeiro e único CD chama-se, numa traducão literal, "Ladrões e covardes". As letras são quase todas estórias de personagesn fracassados, alcólatras, pessoas emocionalmente instáveis, pacientes terminais. É tudo sobre o que os americanos chamam de "perdedores". Isso é peculiar porque muito do rock hoje em dia é sobre auto-comiseracão. Quase nenhuma banda se dá ao trabalho de falar de algo mais do que de si mesma, das próprias experiências.

E as músicas soam ainda melhor ao vivo, pois ao contrário de várias bandas, eles mantêm todas as nuances sonoras do CD e ainda acrescentam alguns elementos. As também músicas ficaram ainda mais contundentes.

Fiquei muito feliz de vê-los assim, num lugar tão intimista. Acho que poderei vê-los mais à frente em lugares bem maiores no futuro. Bem, na verdade, vou vê-los num festival na Alemanha daqui há pouco mais de um mês, junto com o Bloc Party. Nada mal.

O som dos vídeos não ficou tão bom quanto o do Bloc Party, mas ainda está acima da média de minha câmera.

We Used to Vacation


Hang me Out to Dry


O grande pequeno guitarrista do grupo

Cartaz na frente do clube onde aconteceu o show. Com uma filosfia dessa, só se pode esperar coisa boa da música lá dentro.

Falei que o lugar era pequeno...

domingo, maio 13, 2007

"Someone Great" made me float

Dancing in the darkened room
Enlightened by laptop sounds and lights
The sad song playing
It keeps playing
...The unique sad song

It was then i realized i was floating
My feet some cms above the ground
Mind higher on the clouds
But the sky is blue, i wondered
Even at this time of night
How come?
How come?
If someone great is gone.

My feet won't land
They will try catching my mind
Up in the clouds of the clear blue night sky.

(Sob o efeito de "Someone Great", do melhor do que ontem CD do LCD Soundsystem)

Sobre Sara


Depois de mais algumas horas bem gastas atualizando o blog, decidi terminar de ver um filme sueco que peguei semana passada na biblioteca, renovei esta semana (pelo site da stadsbiblioteket em sueco - fiquei orgulhoso) e que, ainda assim, não tinha visto todo.

O filme é interessantezinho. Vi de forma fracionada. Parte há dois dias; parte hoje. Mas como não estou vendo tantos filmes, fico mais vulnerável a eles. De certa forma fico mais imerso. E, de qualquer forma, noites de domingo como essa sempre nos deixam mais pensativos, na melhor das hipóteses. Mas esta é uma noite agradável, sem dúvida.

A maioria de meus colegas, no entanto, anda meio deprimida. Alguns já estão terminando as matérias e viajando pro verão. Comeca a bater uma saudade antecipada, ainda que saibamos que vamos nos reencontrar no segundo semestre.

Acho que ainda não fui tão afetado por esse sentimento porque ainda estou no comeco da disciplina de direitos humanos e negócios, que só termina em junho.

E lá se vão meus visitantes...

Como dizemos no interior do nordeste, espero que meus (queridíssimos) visitantes tenham gostado da viagem, que tanto incentivei.

Na terca, um jantar com convidada especial

De saída pra estacão de trem

Enquanto isso, em Lund...

Na mesma noite de domingo, jair e Leila estavam no corredor de Negosawa, num jantar de comida sérvia, preparado especialmente pra eles.


...pra ficar na memória V

Na noite de domingo, éramos apena seis na casa de praia. Bateu pesado uma nostalgia do fim de semana e desde todos nós nos conhecemos no início do mestrado. Sinto-me muito honrado de ter conhecido essas pessoas, que hoje me são tão especiais. Extremamente especiais.



No início do jantar, Mikael fez um pequeno, mas tocante discurso de agradecimento à Malena (pelo fim de semana) e a nós, estrangeiros que viemos à Suécia.

Um fim de semana... IV

No entardecer do domingo, vários dos meus colegas já haviam voltado pra Lund, inclusive Jair e Leila, que foram convidados pra jantar com Negosawa. Ainda assim, o entardecer divertidíssimo e ainda mais bonito que o do sábado.




Um fim de semana... III

Tentando me antecipar um pouco à disciplina que comecaria na segunda-feira seguinte ao fim de semana na praia: Human Rights and Business. Devo ter estudado menos de meia hora, durante as três horas em que ficamos na grama.

Um fim de semana pra ficar na memória II

Tornou-se uma pequena tradicão na turma do mestrado dar de presente um moleton da Universidade de Lund nos aniversários de cada um. Eu ganhei um no meu, no ano passado. Passamos a chamar isso de "Turma do moleton".

Como Malena ainda não tinha ganhado o dela, decidimos dar de presente durante o fim de semana, como forma de agradecimento pelo convite a imensa hospitalidade, não só durante o fim de semana, mas sempre que precisamos de uma ajudinha para entender a Suécia.

Todos colocamos nossos nomes na parte de trás do moleton. Na parte da frente escrevemos "Your Cute litle foreigners", como ela às vezes nos chama. Claro que ela adorou.

Parte de trás do moleton, com os nomes ainda secando


Eu e as loiras: Marieke, Malena e Sally

Eu e Malena

Um fim de semana pra ficar na memória I

O plano inicial era ficar em estocolmo até sábado, mas mudei as passagens de trem (com um razoável prejuízo financeiro) para voltarmos na sexta e passarmos o fim de semana na casa de praia dos pais de Malena, colega sueca do mestrado, com parte da minha turma do mestrado.

Pegamos o trem pra Hasslehölm e fomos resgatados (nã há nada pra se fazer em Hasslehölm) por Julia Breslin e a própria Malena. De lá seguimos de carro, ouvindo uma rádio tocando música internacional brega dos anos 80 para Algelhölm, onde pegamos Mikael, que chegava da Alemanha.

Apesar de cansados, a viagem de carro por si só foi divertidíssima. Eu e Julia Breslin entramos no clima da rádio e passamos a cantar a primeira música que vinha a mente de diversos artistas "consagrados": Bon Jovi, Celine Dion, Van Halen, Madonna, Killy Minogue e congêneres. Cada música era cantada com entusiasmo, até que caíssemos em boas risadas. Chegamos na casa já perto da meia noite e tinha até jantar esperando por nós.

O dia seguinte foi passado boa parte na praia. Acordei cedinho e nadei pela primeira vez no Mar do Norte, junto com Malena e Marieke, da Holanda. A água é geladíssima, como era de se esperar, mas aceitei o desafio e adorei a sensacão. Tanto que voltei ao mar (não por mais de cinco minutos de cada vez, que fique claro) todos os outros dias.

Durante todo o fim de semana o clima estava perfeito. Sol brilhando e todo mundo de bem com a vida.

Os finais de tarde, particularmente,foram mágico. O por do sol aqui dura duas horas, já que o sol vai caindo em diagonal. Assistimos ao espetáculo duas vezes, tomando vinho.

Caminho pro mar.


Da esquerda para a direita: Jair e Leila (Brasil), Negosawa (Sérvia), eu, Julia Gebhard (Alemanha) e Marieke (Holanda)

Da esquerda para a direita: Irina (Rússia), Kamal (Azerbaijão), Paulina (Rússia), Diana (Costa Rica), Sally (Inglaterra), Mikael (Suécia), Julia Breslin (Estados Unidos), Björn (Suécia) e Leila (Brasil)



Steph (Inglaterra), Julia Gebhard e Marieke


Entardecer por dentro da taca de vinho

E mais uma utilidade para tacas de vinho

sábado, maio 12, 2007

All My Friends, LCD Soundsystem

Agora são 00:43 da madrugada de sexta para sábado. Passei umas boas 3 horas e meia atualizando o blog sobre a viagem pra Estocolmo. E me diverti pra valer fazendo isso.

Normalmente me divirto muito escrevendo no blog, mas hoje foi mais animado, pois estou ouvindo pela primeira vez o CD novo do LCD Soundsystem. Como tô cansado de dizer que isso ou aquilo é legal, digo apenas que tô ouvindo apenas ele, sem parar, há mais de três horas.

Abaixo o vídeo de "all my friends":


Por sinal, o final da letra é tão propícia para a noite de hoje. É realmente interessante como há a hora certa pra se conhecer cada música.

"Oh, if the trip and the plan come apart in your hand
Tou look contorted on yourself your ridiculous prop
You forgot what you meant when you read what you said
And you always knew you were tired, but then
Where are your friends tonight?

Where are your friends tonight?
Where are your friends tonight?

If I could see all my friends tonight
If I could see all my friends tonight
If I could see all my friends tonight
If I could see all my friends tonight"

Estocolmo. Último dia

Fotos no (excelente) albergue, antes de sair.


Mantando o tempo antes de ir pra estacão de trem, fomos ao shopping e, claro, a uma loja de videogames, onde o playstation 3 estava encalhado.

Adeus Estocolmo (por enquanto)

sexta-feira, maio 11, 2007

Ainda no terceiro dia de Estocolmo

Na verdade, no terceiro dia, nossa primeira parada interessante foi no Stadshuset, que não passa de uma espécie de câmara de vereadores de Estocolmo, mas que uma vez por ano atrai atencão mundial, pois é onde ocorre o jantar de gala de entrega dos prêmios Nobel. Só se visita o local nos horários em que há uma visita guiada.

Antes de entrar no Stadshuset.



Provavelmente (essa palavra deixa escapar uma presuncão meio idiota, mas vá lá) nunca vou ganhar um prêmio nobel, mas pelo menos fui na sala onde é realizado o jantar de gala que entrega o prêmio todos os anos.

Depois da entrega do prêmio, os convidados festejam nesta "golden room".

E num dia de visitas a lugares tão oficiais, torpas passeavam a cavalo nas ruas.

Dia 3. Modern Art Musuem

Continuando o assunto de museus e as sensacões que eles fazem aflorar, não tem nada melhor do que museu de arte moderna. É uma atracão obrigatória em qualquer cidade que eu vou. Até entendo quem acha que arte moderna é um lixo sem sentido, pois às vezes tenho essa impressão sobre algumas obras ou até sobre algumas exposicões inteiras. Mas é que como tudo no mundo, tem arte moderna interessante e arte moderna totalmente desinteressante. E há também uma ponta de ignorância e preguica de tentar entender onde o artista quis chegar, quem ou o quê ele quis afetar, atacar, demonstrar ou destruir.

Mas eu não estou tão interessado em entender a arte moderna. Usando um verbo muito utilizado pelo Lúcio Ribeiro, o importante é se ela "causa" ou não. É por isso que em museus de arte moderna, mais do que em qualquer outro tipo de museu, não gosto de usar aqueles guias auditivos que explicam as obras. Que coisa mais chata são aqueles trambolhos! Parece que todos têm a mesma voz neutra, desapaixonada. Como diria um amigo meu, aquilo é muito broxante.

Quando vou num museu, especialmente de arte moderna, quero mesmo é deixar-me envolver, enlouquecer um pouco. Quase sempre me inspiro e penso em obras imaginárias que eu mesmo poderia fazer (algumas idéias eu acho sinceramente excelentes, mas esqueco alguns minutos depois). É por isso que gosto de estar no museu com o ipod ligado e com músicas especialmente selecionadas para a ocasião. Em Estocolmo, como já fiz em outros museus, estava ouvindo Nine Inch Nails. Acho que Leila e Jair também entraram na minha onda. Olha a gente (e nossas sombras) numa das salas no vídeo abaixo:


Em museu de arte moderna, por alguma razão que me escapa, é quase sempre proibido tirar fotos, mas só ficamos sabendo disto depois de tirar várias, pra nossa sorte.


Jair, caleidoscopicamente.

Do lado de fora, mais arte.