Primavera com hora marcada

A primavera chegou há exatamente uma semana.
Lá fora faz sol e aproximadamente quatorze graus.
Já estamos no horário de verão e sol só se põe perto das oito da noite.
Suecos se deitam na grama e nas pracas pra tomar sol e tomar sorvete.

Minha primavera comeca sábado, após a entrega de um trabalho. Até lá, a única consequência da primavera é que mais difícil ficar na biblioteca, tão aconchegante no inverno.
Vista da janela do meu quarto no primeiro dia da primavera. Esses suecos aí resolveram acampar e fazer churrasco. Eu achei meio cedo pra isso. Fazia uns nove graus. Mas...Essa era a paisagem em 22 de fevereiro.

Invincible Summer

"Nos fundos do inverno, eu finalmente aprendi que dentro de mim dorme um invencível verão."
Citacão de Alberto Camus no CD "Invincible Summer", da Kd Lang, que peguei na biblioteca.

Jantar de Máscaras

Era o aniversário de uma amiga de uma amiga de uma amiga. Sinceramente, nem vi a aniversariante, mas o jantar de máscaras (poucas, pra ser sincero)numa das nations (Västgota) foi interessante, agradável e comi bem como poucas vezes nas nations de Lund.

Movimento Feminista

Também há quase um mês, o movimento feminista fazia manifestacão no Dia Internacional da Mulher. Aqui, a luta pela igualdade entre os sexos é levada muito a sério. No Brasil, seria considerada entre radical e ridícula, dependendo do grau de desinformacão.

Mas nem tudo são flores na Suécia. Nas empresas suecas, a presenca de mulheres em cargos de direcão é bem mais rara que no Brasil, segundo pesquisa recém divulgada que li não sei mais onde.

Aniversário de Daniel

Há quase um mês, esperávamos a chegada de Daniel (namorado da Júlia que me também me hospedou na Alemanha em dezembro), para fazer uma festa surpresa de aniversário de 30 anos em plena plataforma de trens no centro de Lund. Noite agradável!

O que estou ouvindo em casa

Algumas semanas atrás, descobri a curiosa utilidade de uma ferramenta do itunes: o programa conta quantas vezes se escutou cada música e pode exibi-las em ordem decrescente, comecando da mais ouvida. Eis as dez músicas que mais ouvi desde setembro aqui em casa, quando a ontagem se iniciou nesse laptop: (a contagem não inclui o que ouco no ipod, que acho que mudaria bastante a lista)

"You Only Live Once", The Strokes - 32 vezes
"Sky Starts Falling", The Doves - 29 vezes
"The Eraser", Thom Yorke - 22 vezes
"We Used to Vacation", Cold War Kids - 21 vezes
"Analyse", Thom Yorke -19 vezes
"Harrowdown Hill", Thom Yorke - 19 vezes
"Going Places", Paul Weller - 18 vezes
"Feelings Getting Stronger in the Dark", Moneybrother - 17 vezes
"Don't Let Him Waste Your Time", Jarvis Cocker - 16 vezes
"When You Were Young", The Killers - 15 vezes
"I Still Remember", Bloc Party - 14 vezes

As nacionais mais ouvidas:

"Toda Menina Baiana", Gilberto Gil - 12 vezes
"Fico Assim Sem Você", Adriana Calcanhoto - 11 vezes
"A cidade", Chico Science e Nacão Zumbi - 10 vezes
"Jokerman", Caetano Veloso - 9 vezes

Se fosse contabilizar por artista (quem sabe no futuro?), acho que os mais ouvidos teriam sido Thom Yorke, The Doves, Nina Simone e Sigus Rós

"Santiago"

Se tivesse no Rio, ia ver o "novo" documentário de João Moreira Sales, que, já disse num post sobre a revista que lancou no ano passado, é brilhante em quase tudo que faz.

Parece que esse documentário, sobre seu mordomo, não é diferente. Pelo menos é o que o Ricardo Calil está dizendo no link abaixo:

http://olhaso.nominimo.com.br/

Novo desafio de maínha

Publicou-se no diário oficial da Paraíba de ontem a nomeacão de maínha para a presidência da Fundacão (estadual) de Desenvolvimento da Crianca e do Adolescente - FUNDAC. Entre outras funcões (eu pessoalmente não as conheco bem) a FUNDAC cuida da implementacão de políticas para menores delinguentes.

Hoje ela foi à João Pessoa comecar a ver os desafios (grandes, não tenho dúvida) que a aguardam. Conversando ontem, me relatou que se sentia como quando das mudancas de Sousa pra Patos e de Patos pra Campina Grande. Será tudo novidade, certamente trabalhosas, mas também enriquecedoras.

Como filho, fico num orgulho só. Claro que me preocupo com o stress dela e com as coisas chatas que a ocupacão de um cargo público desses implica, especialmente para alguém não acostumado com o setor público. Não duvido um segundo, no entanto, da imensa capacidade dela. Tenho certeza de que irá realizar um trabalho tão bom quanto todos os outros que já fez em sua longa carreira profissional.

Finalmente, espero que esta experiência seja tão boa pra ela como para o órgão que irá comandar.

Maínha,
Parabéns e boa sorte.

Te amo,
Ulysses.

Paul Weller

Não importa a data do lancamento, há um tempo certo para ouvir e descobrir cada artista, banda e música. Eu já conhecia alguma coisa do Paul Weller, roqueiro inglês e ídolo de 11 entre 10 bandas daquele país, mas nunca tinha achado nada muito especial nele. Nunca achei chato, mas nunca me interessei.

Ontem, casualmente, peguei um CD dele na biblioteca municipal: "Illumination", de 2002, que ele dedicou aos filhos. Só a primeira música, cuja letra já coloquei aqui, eu ouvi 9 vezes, segundo o contador do itunes. Hoje, peguei mais dois discos dele na biblioteca: "Paul Weller" e "Heliocentric". Ainda estou ouvindo o primeiro, mas já gosto muito.

Enfim, para a música, assim como para cada arte, há um momento emocional adequado para a descoberta. Ontem e hoje, dias tranquilos em que recolho material e leio para um artigo que escreveri na semana que vem, Paul Weller me soa elegante, eclético, tocante e profundamente agradável. É um rock cheio de instrumentos, rico, mas simples e direto.

Lá fora está frio de novo. Nevou ainda nesta manhã. Amanhã irei para um evento especial (falo dele depois). Bem que poderiam ser mais comuns esses dias calmos, porém produtivos, que nos abrem para apreciar uma coisa nova...

"Going Places", Paul Weller

Come to my side child
Don't leave me alone
Stay with me darling
I can't face this on my own

I need you to be with me
I need you in life
I want to forever be your and you be mine

'Cause we're going places
We never dreamt we could
Through all kinds of changes
And still our hearts beat closer more and more

More than just the heart beat
From the city floor
More than just the bright lights
That led me to your distant shore

I'm keeping my head up
And out of the sand
Way 'cross the rooftops
I'm gonna plan our escape

'Cause we're going places
We never dreamt we could
Through all kinds of changes
And still our hearts beat closer more and more

Dia sem stress

Almoco numa nation
Expresso duplo num café
Selecão de material sobre a Organizacão Mundial do Comércio na biblioteca
Alguns emails
Supermercado: cebola, tomate, aipo, queijo feta, mel, cuzcuz marroquino
Biblioteca municipal: dois filmes, três CDs e um livro emprestados
Ouvindo Paul Weller, olhando pela janela
Chuva de granizo lá fora, mas tem uns raios de sol saindo de uma parte azul do céu
Roupa secando na máquina
Duas amigas chegando pra jantar
Vinho branco

Conversa com Dona Meriam

Aos poucos, bem aos poucos, me arrastando mesmo, eu vou aprendendo a ter um pouquinho (bem pouquinho, ainda) de paciência pra conversar com pessoas que, à primeira vista, não tenho vontade de passar um tempo, por timidez, preguica ou o mais deslavado preconceito.

Estava navegando pelos blogs da vida e vi essa "conversa com Dona Meriam", ocorrida na rodoviária do Tietê (onde já passei boas horas esperando ônibus e achando aquilo a melhor rodoviária do mundo) abordando uma porrada de assuntos. Interessante é a comparacão do dízimo religioso com o vício do alcólismo. Ela não nota, mas admite que a dízimo à Igreja como um mal, mas um mal menor (pra ela), e defende seu vício.

Foi uma das mais fortes defesas da religião que já li (e feita tão en passant). O direito ao vício é fundamental para a sanidade de todos os seres humanos. Se bem que uns preferem chamar o vício de "hábito". Ok, chamem como quiser.

Para ver a conversa, acessem o blog fo Duilio, via Folha de São Paulo. Eis o link:

http://blogdoduilio.folha.blog.uol.com.br/

Pô, mas ninguem diz o que achou depois...

Por fim, fotos de Abysko

Abysko é tão pequena que só agora reparei que não pus nenhuma foto da cidade. Eis, portanto, o centro de Abysko.

Curioso é o único supermercado da cidade. Ele tem de tudo, até uma secão de artigos eróticos e filmes pornô que fica exatamente de lado da secão infantil.

E essa foto foi um colega de viagem que me mandou, retratando minha felicidade nos primeiros momentos da manhã, aguardando o trem pra ir pra Noruega.

Ice Hotel

No último dia, ninguém da turma queria acordar às cinco da manhã pra pegar um ônibus e visitar o hotel de gelo. Confesso que eu também não queria, pois fazia vinte cinco graus negativos. Mas o fato é que não tive coragem de não me levantar e enfrentar o frio, pois sei que dificilmente iria ter a oportunidade novamente. Foi cansativo, mas valeu a pena. É muito surreal.

Guerra de neve

O título é auto-explicativo. A única coisa chata de uma guerra de neve é que, no rosto, ela queima e na hora em que peguei no meu cabelo, quebrei alguns fios. Como estava quase vinte graus negativos, a neve virava gelo rapidamente. Mas foi muito divertido, claro.

Dias em Abysko

Estas são fotos de passeios pelos arredores de Abysko e pelo lago congelado que domina a paisagem.

No Ski

Esta é a única foto em que estou de pé em cima do ski. Isso dá uma idéia de que, obviamente, não fui muito bem sucedido durante os quinze minutos em que tentei fazer um pouco de cross-country ski. Só tento isso de novo se um dia for passar pelo menos uns cinco dias numa estacão de ski, com a devida orientacão.

O céu ártico

Dia ou noite, com ou sem aurora boreal, o céu ártico (assim como, ou talvez mais que o céu patagônico) é fantástico.

Mais fotos do passeio nos trenós caninos

Só hoje recebi as fotos tiradas em outra máquina fotográfica durante a viagem na Lapônia. Assim, tô adicionando algumas do dia em que praticamos dogsliding. São melhores que as iniciais.