quarta-feira, novembro 29, 2006

Cedo demais

Faz uma linda tarde em Lund. Sol no horizonte sem nuvens.
Um céu azul pacífico, com algumas linhas brancas que os aviões deixam.
Uma temperatura amena, sem qualquer brisa gelada.
Um silêncio que se desfaz apenas pelas músicas que seleciono.

Estou limpo, recém-banhado, à beira da janela, olhos divididos entre a tela do laptop e a paisagem, contemplativo.
Mas já já o sol vai se pôr.
A noite cairá às quatro da tarde. Cedo demais.
E restará apenas a sensacão de que se poderia ter aproveitado melhor o dia.

Vou sair e tomar um café. Tentar esquecer que minha coluna está travada. Tentar conviver com o fato surreal de que vovó está em coma.

Imagino-a agora como esta paisagem que vejo: calma, aparentemente eterna, mas fugaz.
E quando o sol se por, realmente, restará a sensacão de que se poderia ter aproveitado melhor... tantos dias... que não sei se terei mais ao lado dela.

sábado, novembro 25, 2006

O que esperar de uma visita III - Helsingborg

Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Helsingor é uma cidade dinamarquesa, onde fica o castelo de Kronor. Helsingborg é uma cidade sueca, que fica do outro lado do estreito e que, apesar de não tem nenhum castelo de relevante imprtância, é muito mais bonita do que a cidade de Helsingor, tendo, inclusive, muito mais cafés legais.

Assim, a ciade merecia uma visita mais demorada. Entretanto, como só tinha um dia livre, passamos por Helsingborg na volta de Helsingor. Como chegamos às 15:30, já estávamos no fim da quele chuvoso dia.

Realmente, antes das 16:00 já era noite, o que não foi necessariamente ruim. Como já disse antes, a escuridão favorece coisas como tomar um café num lugar legal e, neste quesito, Helsingborg está ganhando como o lugar com o café mais legal que já visitei na Suécia. O lugar era mesmo um desbunde.

No mais, foi bem legal o rápido passeio pela rua principal da cidade.


sexta-feira, novembro 24, 2006

O que esperar de uma visita II - Ystad





As fotos acima são de Ystad, que é considerada uma das jóias do Skåne (sul da Suécia), juntamente com Lund, pois tem preservada uma quantidade enorme de casas em estilo colombaje, além de ser uma cidade praiana e que tem um monumento parecido com o de Stonehedge.

Obviamente, não fomos à praia e, infelizmente, não fomos até a formacão de pedras parecida com Stonehedge, pois, simplesmente, não haviam tsxitas na cidade. Aliás, a cidade estava deserta. As lojas estavam fechadas. O único restaurante aberto era o McDonald's e não havia quase ninguém na rua.

Ao que parece, Ystad é melhor se visitada no verão. Mas, se não fosse um domingo, certamente haveria mais vida na cidade.

Mas também a gente sempre reclama de tudo, né? Se tivesse cheia de turista, seria um saco. Sem muitos turistas, a gente acha sem vida... puxa vida!

Bem, a cidade é linda, basta ver as fotos abaixo, e vou voltar lá outras vezes. E o melhor: fica a menos de uma hora de Lund.

O que esperar de uma visita I - Helsingor

Este post e os seguintes relatam as pequenas viagens, passeios e saídas que aqueles que virão me visitar até 2008 devem esperar da Suécia e da Dinamarca.

Recebi meu primeiro visitante, Sérgio, no início desse mês de novembro. Como estava em pleno período de aulas, tudo o que pude oferecer foram viagens às redondezas, conhecimento da cultura local – incluindo várias bibliotecas -, da vida universitária e dos meus colegas de mestrado.

Aparentemente, foi o suficiente para uma viagem legal.

Comecemos pela visita à Helsingor, na Dinamarca, onde está o castelo de Kronborg. Foi nele em que viveu um personagem chamado Hamlet, criado por um tal de Shakespeare. E a fatídica questão do “ser ou não ser...” se passou lá.

Partindo da Suécia, pega-se um ferryboat de Helsingborg para Helsingor. A viagem dura só uns 15 minutos e é bem legal. Em novembro pode fazer frio, mas a paisagem enevoada dá a atmosfera adequada:


Chegando no castelo, você pode ser recebido por um cara legal, que vai dizer que você pode entrar:


Mas não espere uma audiência com o Rei logo de cara (A atual monarquia dinamarquesa não mora mais lá). Primeiro você terá que conhecer os subterrâneos, que são interessantes também. Detalhe: paga-se pra ver os subterrâneos, mas não dá pra ler nenhum dos cartazes informativos lá, a não ser que você compre uma lanterna na entrada do castelo. Ou seja, se você pagar só pra ver, você não vê. Ainda assim, é legal.


Depois, você volta pro pátio central e o atravessa pra ir na igreja.


Depois vai pra parte nobre do castelo, visitando as salas formais, quartos reais e o grande salão de baile (o maior da Europa no século XVI, eu acho):


Se você for engracadinho também, vai poder tirar uma foto pedindo a mão da princesa em casamento:


Há ainda o museu marítimo, que não é caro, mas também não tem quase nada de interessante. É só um meio de ganhar mais dinheiro com o turismo no castelo. Os próximos que me visitarem podem até querer conhecer, mas o farão sem minha companhia.

Preferirei passear pelo lado de fora do castelo:


Na saída, se você pegar o espírito da nobreza, vai tirar uma foto mais ou menos como essa:

terça-feira, novembro 21, 2006

Maratona

A última semana foi de total ocupacão. Até perto do natal, esta parece que será minha rotina. Hoje já foram seis horas de aulas e ainda tenho mais duas horas comecando daqui há 30 minutos. E muitas aulas significam muitas e muitas páginas para serem lidas. E no curso de sueco, particularmente, para serem apreendidas. Felizmente, as matérias são interessantes e realmente quero aprender um pouco de sueco, senão estaria realmente estressado. Ontem estudei até às duas da manhã.

Os dias parecem passar rápidos demais.
Tenho que ir pra aula agora.
Amanhã tem mais seis horas de aula. Na quinta, oito. Na sexta, só quatro.

domingo, novembro 19, 2006

Ainda outono

Já está acabando o outono
A maioria das árvores já estão secas
Já estão tirando as folhas caídas das ruas
Já estão decorando as ruas pro natal
Já escurece às quatro da tarde
Já nevou

Mas ainda há sinais da grande beleza desta estacão, como a árvore atrás da catedral de Lund e folhas recém caídas no chão.




E o inverno não promete ser feio.

Um sábado extraordinariamente comum

Ontem, sábado, meu único programa era acompanhar Júlia Gebhard até Malmö para procurar o novo CD de jarvis Coker, vocalista do Pulp, banda inglesa que eu também gosto muito.
Na noite anterior, nove colegas meus vieram aqui em casa e o plano era ir pra Blekingska, mas acabamos apenas conversando e tomando vinho aqui em casa (meu quarto está bem aconchegante depois que achei um sofá na rua(!) e comprei um abajur e umas velas na IKEA).
O dia estava perfeitamente outonal: frio, mas ensolarado. Foi um dia bem simples: apenas uma boa caminhada pelas ruas principais de Malmö e uma alongada até o parque municipal, que estava na mais perfeita beleza estática.
Achamos o CD de Jarvis Coker e tomamos café na própria loja de discos, falando de Cds, filmes, livros e shows.
Depois de voltar pra casa, ouvi três CDs que Júlia me emprestou: Nine Inch Nails (o primeiro CD, que eu não conhecia), Manic Street Preachers (da primeira fase) e Bright Eyes (que ela se assustou quando eu disse que não conhecia). Todos os CDs são ótimos.
Enfim, foi um grande dia.
Hoje, domingo, apenas estudei sueco, cujas aulas comecaram nesta semana. Acho que vai ser bem difícil!!!

Hej, då.


Criancas brincando no parque de Malmö

Júlia com o novo CD de Jarvis Cocker. Conheco bem essa sensacão de acabar de comprar o novo trabalho de alguém que você gosta muito.

quinta-feira, novembro 16, 2006

A primeira neve do inverno de 2006

Como um presente pelo esforco durante a primeira prova, acordou com a bela surpresa de neve caindo pela primeira vez... tão cedo... tão na hora certa.

Saiu de casa para tentar sentir a neve, como convém a qualquer pessoa dos trópicos numa situacão como essa. A temperatura estava -1 grau e ficou do lado de fora de casa só de short e camiseta por uns 10 minutos. (A foto acima foi batida quando saiu pra aula, já durante a tarde)

Já havia andado na neve, descido de um vulcão deslizando na neve, mas neve realmente caindo... era sua primeira vez.

Ao encontrar os colegas na primeira aula de Direitos Humanos, era todo comentários sobre a neve (felizmente, havia uma colega da Flórida com o mesmo arrebatamento).

Apesar de saber que não há nada de mais com o fato de ter nevado,
Mesmo sabendo que iria nevar,
Mesmo sabendo que vai se cansar de tanta neve,
Mesmo sabendo que vai detestar a neve por volta de fevereiro...
Não se furtou de aproveitar esta experiência.

Mas não nevou nas últimas duas semanas.
A próxima neve será como a primeira também.

O link abaixo leva até um video da neve caindo do lado de fora do seu quarto:

quarta-feira, novembro 15, 2006

Fim da primeira disciplina

Foi uma disciplina estupidamente interessante.
Dificilmente poderia ter comecado melhor meu mestrado.

Após estudar direito internacional nos últimos dois meses, vejo como o Direito no brasil é lecionado com um olhar fixado unicamente no umbigo nacional. Foi uma bela abertura de ângulo de observacão a qual fui submetido em setembro em outubro.

Tive que estudar extra porque simplesmente não conhecia uma infinidade de textos legais internacionais que meus colegas conheciam bem.

Há duas semanas, a prova: uma análise e dez questões sobre a situacão, perspectivas e configuracões legais da problemática atual da Coréia do Norte. Os dados e as questões foram publicados no site da disciplina na segunda pela manhã e tínhamos que entregar nossas respostas por email até a manhã da quarta.

Não tenho a menor dúvida de que nunca aprendi tanto ao fazer uma prova. Enviei minhas respostas às quatro da manhã da terca, quando saí da biblioteca do Instituto Raoul Wallemberg. Estava realmente exaurido após escrever quinze páginas em inglês, com mais de cinquenta notas de rodapé e citacões bibliográficas diversas.

Voltei pra casa andando nas ruas vazias. Estava sem me conter de alegria e satisafacão. Ainda nem recebi o resultado, mas sei que REALMENTE fiz o melhor que pude e isso me deixa tranquilo.

A segunda disciplina comecou no dia seguinte: "Direitos Humanos".

terça-feira, novembro 07, 2006

Asas do Desejo



Como não tive muito tempo recentemente, deixei de atualizar o blog. Espero que isto não ocorra no futuro, pois gosto de escrever aqui.

Já faz mais de duas semanas que voltei de Berlin e muita coisa já aconteceu, mas queria colocar aqui mais algumas fotos da viagem, que tirei quando visitei a Siegesäule, que foi extensamente gravada em "Asas do desejo", de Win wenders.

Ainda queria falar dos museus de Berlin que, sem dúvida, me surpreenderam. O Pergamom, por exemplo, me deixou mais atônito que o Louvre. Mas fica pra próxima viagem pra Berlin, que deve acontecer ano que vem.

Se alguém ainda não viu "Asas do desejo", faca o favor pra si mesmo de assistir. É um bom presente.