quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Pausa no dilema do copyright, que tá no fim

Neva lá fora e o vento faz redemoinhos de neve.
Desisti de ir à biblioteca e fiquei escrevendo a pesquisa em casa.
Comi um macarrão e fiz um molho com tanto alho que sinto a circulacão acelerada. Para não desacelar, comi um chocolate e bebi coca cola.

Agora estou numa pausa pós-almoco e pré-quase-conclusão da pesquisa.
Tô ouvindo minha nova música favorita do Cold War Kids: Hospital Beds.

O vídeo abaixo tem o som bem sujinho, mas gostei dessa versão ao vivo. Pra quem quiser ouvir uma versão mais limpinha, é só pesquisar no you tube.

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Atari 2600

Lembro vividamente do dia em que, aos oito anos de idade, pus as mãos no primeiro videogame de toda a minha geracão: o Atari 2600. Estava tudo certo que meus pais iriam comprálo naquela manhã. No dia anterior, eu passei na loja (Olacanti, como poderia esquecer o nome?) que ficava atrás do prédio da Telpa, pra dizer pro vendedor que não vendesse o atari pra ninguém, pois no dia seguinte meus pais iriam comprá-lo.

Quase não dormi com medo do vendedor não vender o console porque não disse pra ele o nome do meu pai ou da minha mãe. De manhã, logo cedo, fiz minha mãe ir na loja comigo pra eu dizer pro vendedor que era ela ou meu pai que iriam comprar o videogame. Havia dois videogames na loja no dia anterior. Quando chegamos lá de manhã, só tinha um. Fiquei louco, apavorado mesmo, com a idéia de que alguém poderia ir ali e comprar MEU videogame, mas minha mãe me consolou dizendo que, provavelmente, tinha sido meu pai que tinha comprado o aparelho.

Corremos pra casa e lá estava meu pai. Mas cadê o videogame? Meu pai disse que passou na loja mas o último aparelho tinha acabado de ser vendido. Meu mundo caiu e acompanhei a derrocada em pranto. Felizmente, meus pais entenderam a seriedade do momento e disseram que o videogame estava dentro do guarda-roupa. Corri desesperancoso pro meu quarto e lá estava ele. Lembro perfeitamente da caixa do aparelho, da sensacão de ter o controlo na mão esperando uma eternidade para que meu pai armasse o videogame na televisão e outra eternidade para sintonizar, tudo com medo de alguma coisa dar errado. Felizmente, uma hora a coisa funcionou. Depois disso, lembro de como era doloroso esperar meu irmão, primos ou amigos se revezarem no aparelho, cujo significado pra mim era muito maior...

Mas por que falar disso agora? Porque joguei num Wii este final de semana e retornei aos oito anos de idade: preciso comprar um, mas, ainda que tivesse o dinheiro agora, ele está esgotado nas lojas; e ainda que não estivesse, eu não tenho TV... assim, vou ter que esperar um pouco, como quando tinha sete anos.

Ademais, achei um video com uma propaganda do atari no youtube. Isso nossa geracão não chegou a ver:

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

O dilema da extensão do Copyright

Estou ausente do blog porque tenho que terminar uma pesquisa para a disciplina de copyright nesta quinta-feira. Por alguma razão masoquista, escolhi como tema a questão da extensão dos direitos de copyright nos Estados Unidos, matéria na qual tenho uma posicão diametralmente oposta à da chinesa que leciona a matéria. Resultado: bati de frente com ela e tive que resistir para não perder a calma, pois as aulas terminaram e ela nem me deu uma opinião convincente, nem aceitou um milímetro dos argumentos dos autores que encontrei. Assim, tenho que fazer uma pesquisa razoável para que, apesar de contrariada, ela me aprove.

Não posso negar, a disciplina de copyright foi frustrante. A professora é uma das diretoras da Organizaão de Defesa da Propriedade Intelectual e as aulas pareciam o ensinamento de uma religião. Mais de 20 horas de aula se passaram e não foi apresentado um efeito negativo do copyright. Era como ter aula de liberdade religiosa lecionada pelo papa or pelo presidente do Irã. Pelo menos, do ponto de vista normativo, foi OK. A OMPI forneceu uma porrada de material de boa qualidade.

Mais uma confissão: estou louco para terminar esta pesquisa, que está me deixando mais cansado do que deveria, pra poder estudar melhor Direitos Econômicos, Sociais e culturais, que já defini que serão o tema da minha dissertacão.

Ah, é carnval, né? Se não fosse pela leitura da folha de São Paulo, eu nem teria notado. O meu carnaval será no próximo fim de semana, mas não vai ser nada parecido com o do Brasil.

domingo, fevereiro 11, 2007

A melhor versão de Hallelujah

Acho que estou exagerando nos vídeos de músicas que gosto, pois sei que as conexões no Brasil nem sempre são adequadas aos vídeos.

Mas, quando acho uma preciosidade como esta abaixo, quero compartilhar. Este é Jeff Buckley cantando Hallelujah em 1995, pungente e delicado, como só gente grande (grande mesmo) consegue ser.

Corridinha no inverno

Para qualquer brasileiro isso pacererá mentira, mas o fato é que gosto muito de sair pra correr agora no inverno, quando a temperatura está em torno de zero graus celsius.

No início, pode parecer frio demais, mas é só se vestir um pouco mais. Depois de dois minutos correndo, o corpo aquece e a sensacão é muito agradável. O ár puro, o céu limpíssimo com o sol refletindo na neve, um silêncio quebrado pela própria respiracão. Como não tenho lá muito preparo físico, minha corrida dura só uns 30 minutos, mas é o suficiente para aquecer o corpo, suar, espairecer a mente, tirar umas fotos correndo e ter uma injecão de adrenalina que faz muito bem no inverno. Depois, um banho bem quente complementa a sensacão de prazer. E depois, pode-se apenas ficar em casa, ver um filme no laptop, sem peso na consciência.

Agora está uma noite linda. Menos dez graus lá fora, mas infelizmente não está nevando. Já tenho saudade do inverno escandinavo. Ouvir Sigus Rós por aqui é uma experiência completamente diferente... e rica. Além de tudo, gosto de estar bem vestido dentro de casa, sem suar. Gosto de acender as velas e não me incomodar com o calor. Tudo parece acontecer mais devagar, mais pausado, até mais melancolicamente às vezes, o que nem sempre é bom. O inverno, no entanto, é gentil com a tristeza: ele pode causá-la, mas também a consola... com aconchego.



Antes de limpar a cozinha

Por pura preguica de ir limpar a cozinha (minha tarefa nesta semana), vou escrever um pouco mais...

Musicalmente falando, quem está por cima da onde aqui é o Bloc Party, que acabou de lancar "A weekend in the city". Eu gostei muito do álbum. Já até falei dele uns dias atrás, pois realmente me surpreendeu, mas acho que tomei um pouco de abuso dele ser tão elogiado... eu continuo gostando mesmo é do Cold War Kids.

"Hang me out to dry" tem uma meia dúzia de vídeos no you tube. O meu preferido não é o oficial, mas esse aí em baixo, um pseudo-trailler de um filme noir. Pra uma música que fala, literalmente, sobre uma lavagem de roupa, com cores se misturando na máquina de lavar, é bastante surreal e absolutamente cool.



Outra banda que boa (um pouco superestimada pela imprensa por aqui, admito, mas posso mudar de idéia no verão) é o Klaxons. A Inglaterra é mesmo uma ilha! Obvio né? Mas é interessante como ela é diferente do resto da Europa, como se Europa não fosse. Aliás, eles não se acham europeus mesmo. A Inglaterra é uma ilha, eles repetem. Mas é único mesmo esse negócio inglês de bandas absolutamente desconhecidas lancarem suas primeiras músicas já em primeiro lugar das paradas. Aconteceu com o Artic Monkeys a agora é a vez do Klaxons. Mas as gravadoras investem com tudo em bandas novas também. O vídeo abaixo é o primeiro da banda, mas dá pra notar que o orcamento foi bom, pois é muito bem produzido. Felizmente, a música merece:



E tem também "when you were young" do Killers. Confesso que queria não gostar do Killers. Um certo orgulho besta lá no fundo do meu gosto musical me diz que eles são uma banda convencional e demasiado pop. Mas, outro lado do meu gosto lembra do Lobão e fala "Mas eu adoro".



Por fim, garanto, vocês vão ouvir falar MUITO de um tal de Mika, que lancou um CD super colorido, com temas infantis e que tem alguma músicas que pregam no ouvido como cola super bonder. É meio que uma mistura de Queen com Jarvis Cocker e Scisor Sister. Até agora, eu gosto. Como diria Hebe, "é uma gracinha". Mas sinto que ouvirei isso mais do que vou desejar nos próximos meses.



Ok, agora que já vi e ouvi o que queria, além de falar bobagem, vamos limpar a cozinha.

Jantar antes de sair

Na última sexta-feira tivemos aula até às seis da tarde. Como havíamos sido convidados pra uma festa aqui vizinho de onde estou morando, chamei Júlia, Marieque e Steph, que moram do outro lado da cidade, pra vir pra minha casa antes da festa. Senão suspeito que acabariam ficando em casa.

Como é rotineiro eu filar um jantar na casa delas (todas cozinham muito bem), as convidei pra jantar. O resultado saiu surpreendentemente delicioso, mas o mérito não foi todo meu, pois Marieque (a loira da foto) prestou alguma consultoria.

As aulas e o frio

Por uma infleiz conjuncão de classes, terei aulas todos os dias às oito horas da manhã nesta semana. Copyright law; Direitos Políticos e Civis; e Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. Serão 4 ou 6 horas de aulas por dia. Não vai sobrar muito tempo pra ler quase nada.

Mas não falemos mais disso...

O inverno está em um momento muito bom. Em dezembro, quando o sol ia embora às 3:30 da tarde, não fazia tanto frio (em média 6 gruas positivos), mas chovia muito. Agora está mais frio (em média de 3 graus negativos) e os dias são super ensolarados, com o sol refletindo na neve (pouca, infelizmente). Quando entro nos lugares fechados sinto que minha face está mais "dura" por causa do frio, mas, ainda assim, é mais agradável, além da paisagem ser mais bonita e o ár extremamente puro. Aliás, a paisagem inteira parece muito limpa, estaticamente bela e limpa.

Ontem quase fui à praia, só pra vez o contraste entre a neve e o mar. Ia pegar uma bicicleta emprestado, mas não deu certo... espero que o frio continue um pouco mais, pois à medida que os dias ficam mais ensolarados, ficam também mais bonitos.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Fim de uma longa jornada de uma semana em indenificão

Semana passada andei esquisito, oscilando entre estar Ok e estar péssimo, sem nenhuma razão específica, mas com várias razões infundadas se revezando. Ontem tirei o dia para organizar meu quarto, minha roupa, meus papéis, em uma tentativa de, no final, sentir-me mais organizado. Esta estratégia costuma dar certo e, realmente, hoje me sinto mais centrado, o que me permitiu estudar mais objetivamente e com melhor absorcão. O fato de ter recebido o resultado da prova de Direitos Humanos (fui aprovado com distincão) também me injetou algum ânimo.

Hoje também tive duas aulas fantásticas. Discutimos sobre a questão da anistia em tratados de paz. O professor de Direitos Políticos e Civis trabalha na ONU com a matéria e participou da confeccão do acordo de paz do Timor Leste; um debatedor era o embaixador da Noruega para paz e Democracia, que trabalhou em várias mediacões de conflito; outra mediadora trabalha como enviada especial da ONU e acabou de concluir uma análise para o ONU sobre o papel dos direitos humanos na elaboracão dos tratados de paz; ainda presente estava um representante da Organizacão Internacional do Trabalho, que prepara recomendacões de níveis mínimos de direitos (não apenas relacionados ao Direito do Trabalho) a serem seguidos e incluídos em acordos de paz.

Foram duas aulas com duracão total de quatro horas. O tempo passou rápido demais, infelizmente. Já fui à várias aulas e palestras dadas por gente importante aqui em Lund (como o último governador inglês em Hong Kong, responsável pela transicão do país de volta ao domínio chinês; ou o procurador-geral do Tribunal Internacional dos Crimes Praticados em Ruanda), mas, ainda assim, é raro uma reunião como a que aconteceu hoje. E como eram aulas (e não palestras abertas), éramos apenas 25 pessoas, o que nos permitiu um contato melhor e a oportunidade de realmente fazer perguntas (mais de uma) aos debatedores.

Enfim, foi um ótimo dia.
Amanhã terei uma aula sobre derrogacões da Convencão Internacional de Direitos Políticos e Civis. Também promete.