quinta-feira, junho 28, 2007

Comecando pela revolucão

Refiro-me à Revolucão Industrial, cujo nascimento se deu em Birmingham, primeira parada de minha primeira viagem dessas férias de verão.

A viagem estava planejada desde que Steph viajou pra casa, quando eu e Júlia decidimos que iríamos visitá-la. Meu guia turístico da Europa Ocidental fala o seguinte sobre Birmingham: "Birmingham não é considerada um pontos turísticos da Inglaterra. Por que não é mesmo."

A cidade parece e é relativamente caótica arquitetonicamente, como que se tivesse crescido desordenadamente em algum tempo passado (provavelmente durante a revolucão industrial?). Não fosse o bastante, a cidade foi muito castigada durante a segunda guerra mundial. Enfim, é feia, sim, com algumas ilhas de edifícios públicos e pracas que lembram que a opulência passou por alí.

Hoje Birmingham não é tão opulenta e ostenta um dos maiores índices de desemprego da inglaterra. Mas o que mais chama atencão quando se chega na cidade é que o centro é um grande shopping center. Eles renovaram a área central da cidade e transformaram-na num grande shopping, ao estilo americano. Todas as lojas grandes estão lá, convenientemente próximas e a quantidade de gente me lembrou a época de natal nos shoppings do Brasil. Da plataforma do trem, você já sai numa passarela do shopping. A igreja central da cidade está cercada pelo Bullring shopping, o maior deles. Ao redor do Bullring, outros shoppings. Deve ser difícil não se tornar um consumista em Birmingham.

Mas essa crônica falta de atrativos tem lá seu interesse. A cinzenta e consumista Birmingham tem uma diversidade de gente que rivaliza com Londres. É gente de todo tipo, raca, religião... tudo comprando no shopping. :-)

No sábado, o pai da Steph, após nos brindar com algumas garrafas de vinho, nos levou para um pub frequentado por fãs de futebol de um time da segunda divisão da Inglaterra. Bairro meia-boca, meio decadente, gente simples, dava pra notar, bebendo seus chopps e conversando. "Commom People", do Pulp, poderia ser usada pra descrever o lugar. Lá, bebebemos algumas cervejas (o pai da Steph mal esperava terminar uma pra nos dar outra)e uma banda de rock tocou. Não lembro a banda, mas foi uma apresentacão digna de figurar na minha lista de melhores shows do ano (olha que não digo isso sobre qualquer show). O som era uma mistura de rock e blues e o vocalista, uma senhor já cinquentão, fez de tudo, inclusive se vestir de peixe com fantasia de papai noel. Chegamos em casa felizes, contentes a ainda bêbados.

E como comi bem em Birmingham...
Hospedados na casa da família de Steph, cada refeicão era um prato tradicional inglês, divinamente mais gostoso do que nos pubs. E, no último dia, fomos para um restaurante indiano-muculmano num bairro que parecia um gueto. UAAAAAAUUUUU!!! Por 12 libras, comi a melhor comida indiana da minha vida (só em contar eu fico salivando). Saí do restaurante quase passando mal de tanto comer. Não sei como eles conseguem lucrar vendendo tanta comida boa por tão pouco e, especialmente, por não venderem bebida alcólica, não permitida pela religião muculmana. A gente levou a bebida de casa.

Por várias vezes, pensei que poderia morar em Birmingham. Pareceu-me que os defeitos da cidade estavam todos alí, na minha cara. Com o tempo, eu descobriria mais e mais encantos. Ademais, é a segunda maior cidade da Inglaterra e fica só há duas horas de Londres. Sim, acho que moraria bem na despretensiosa, pesada, cinza, mas diversa, divertida Birmingham