domingo, outubro 15, 2006

Landskrona e Vern

Há uma certa urgência em visitar as cidades próximas à Lund. É que os dias comecam a ficar mais curtos e o frio comeca a querer aparecer, ainda que este seja o outono mais ameno de que se tem notícia na Suécia. Assim, combinaram que no sábado iriam visitar uma cidadezinha chamada Landskrona, de onde se pega um barco para a ilha de Vern. Mas, contraditoriamente, saíram na noite de sexta e beberam um pouco demais para quem iria acordar às oito da manhã.

Sábado, 8:00, o telefone tocou. Não atendeu.
8 e pouco, tocou de novo. Não atendeu.
10:00, tocou mais uma vez. Atendeu e ficou sabendo que quase toda a turma não pegou o trem antes acordado e que iriam embarcar no trem das 11:00. OK!!!

Correu, tomou um banho (promete a si mesmo que vai tomar banho todo dia, mesmo no inverno), comeu uma torrada com nutella e às 11:00 pegou o trem.

Landskrona:

Cidade arrumadinha, antiga, bonita, pacata, excelente para um passeio de algumas horas. E, por favor, só de algums horas, pois são suficientes para conhecer o Castelo que deu origem à cidade e para passear pelo centro e pela orla, que é belamente bucólica.

Pegaram o ferryboat pra Vern e, agora já almocados e realmente acordados, divertiam-se mais.



Vern:
Sabe aqueles papéis de parede de computador, com paisagens rurais idílicas? Podem ter sido fotografados em Vern. É uma ilha na qual se pode contar no máximo umas 30 casas, todas com bem cuidados jardins ou vistas para o mar. Foi o refúgio de uma escritora dinamarquesa no século XVIII e serviu de base para um astrônomo que eles consideram importante (há um museu), mas do qual nunca tinha ouvido falar (o que também não quer dizer que o cara não tenha sido importante).
Na ilha se pega um mapa com sugestões para caminhadas e se pode alugar bicicletas. Preferiram caminhar. O navio de volta só saia às 18:30 mesmo...

O dia era ameno, ora ensolarado, ora parcialmente nublado, mas nunca incomodamente frio. Perfeito para caminhar, conversar um pouco, tomar um café no único café da ilha, contemplar os campos, as enseadas e o mar. Enfim, excelente!

Quando chega em um novo lugar, sempre se pergunta se poderia morar nele. É como se estivesse em constante necessidade de mudanca. Não entende bem o porquê. Sobre Vern: "Poderia morar aqui... só um fim de semana... bem acompanhado."


Na volta, após pegarem o ferry, tiveram que esperar quase uma hora na estacão de trem para voltar para Lund. E tudo, tudo, estava fechado. Nem um café, nem um banheiro esta aberto. E o frio comecou a incomodar.

Mas Jin Li, um colega da China, tinha uma dessas modernidades e colocou música para entreter a turma, alcancando plenamente seu objetivo, apesar de atingi-lo de forma diversa do que tinha imaginado: ali, quando todos estavam cansados, sonolentos, loucos pra chegar em casa, ouvir música romântica chinesa (uma mistura de música sertaneja com a vocalista do Kalipso) deu vez a uma sensacão tão surreal que ele teve um ataque de riso que lhe fugiu completamente ao controle. Assim, ele e mais alguns da turma continuaram rindo até chegar em Lund.

Isso lembrou-lhe de um dia em Paris, no qual visitou vários museus. Neste dia, o melhor momento foi a espera de meia hora numa fila pra entrar no Museu D'Orsay, quando seu guarda chuva revirava-se o tempo todo por causa do vento, mas não podia conter o riso por alguma razão da qual não se lembra... Até hoje, esse foi o único guarda chuva seu que recebeu um nome: "Le Fulerrá".

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Muito bem, vejo que parte da experiência já se consolida em um fator bastante positivo: a lapidação de Mr. UMF em bases bucólicas outrora tão temidas hein? eheheheheheh.......
Abração e aproveite cada momento!!

8:52 PM  
Anonymous Anônimo said...

kakakakakakakakaka... Ai, ai, Ulysses, nem um dia é igual ao outro, mas na Suécia, na sua condição atual, isso é intensificado.
Bjs! (já, já receberá outra cartinha)
Leila

3:32 PM  

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