domingo, outubro 01, 2006

Jantar sueco

Eu e uns colegas do mestrado fomos convidados para um "sitting", na faculdade de Direito. Era um espécie de jantar um tanto formal, com lugares marcados, onde seria servido um prato típico sueco e todos cantam umas músicas tradicionais suecas. Tinha que pagar uma taxa, mas era só de 15 reais e já incluia a refeicão, uma cerveja e um drinque tradicional sueco que eu não sei escrever (nem pronunciar) o nome.

Na hora marcada, às 19:00, pontualmente, eu (e todo mundo) estava lá e a diretora do grêmio estudantil deu as boas vindas. O lugar estava super decorado. Velas em todas as janelas, mesa bem posta. Super legal mesmo.

Pausa: ainda estou me acostumando com o horário de saída noturna dos suecos. É tudo muito cedo. E como ainda estamos no verão, o sol ainda brilha lá fora e já estamos sentados para jantar. E essa é a hora em que sou mais preguicoso...

Dadas as boas vindas, cantamos (ou balbuciamos palavras, no meu caso) uma cancão sueca que dizia basicamente que, ao final da cancão, quem não bebesse todo o drinque tradicional a sua frente não merecia estar ali. Logicamente, bebi a tal bebida. Parecia uma lapadinha de cana, só que tinha o teor alcólico mais alto (aliás, alguém pode me informar o teor alcólico da cachaca?), um cheiro de perfume brega e um gosto que lembrava material de limpeza. Tomei uma cerveja pra tirar o gosto daquilo.

Serviram o jantar. Eu estava ansioso pra saber o que era. Visualmente, foi uma decepcão: eram cubinhos de batatas com bacon, beterrabas e um ovo frito. Quando comecei a comer, no entanto, a decepcão foi maior ainda: tinha realmente o gosto de batata com bacon, beterraba e ovo, só que sem sal. Detalhe: nem comi tanto no fim da tarde, já que teria este jantar, que me disseram que era legal...

Mas comida à parte, o clima estava legal no lugar e às 20:30 chegou o coral da faculdade. Aí sim a coisa ficou boa. Coral aqui é levado muito a sério (há até um festival no mês que vem com corais de toda a Europa). Os caras são realmente bons, como pouco corais que vi no Brasil.

Depois do coral arrebentar, aí o pessoal do jantar (éramos umas 40 pessoas, em duas mesas grandes com decoracão nas cores suecas) voltou a cantar mais cancões. E no final de cada uma tinha que virar o tal do drinque. Após o quarto drinque, de repente, eu e vários colegas estrangeiros aprendemos sueco e cantamos as músicas em alto e bom som. Os suecos sorriam surpresos com nossa inteligência repentina. Eles mesmo já bem menos formais que no início do jantar.

Depois, fomos todos para uma "nation", onde pudemos praticar mais sueco.

Moral da história: enquanto comida ruim só provoca gases, uma bebida ruim (mas forte) pode aumentar o seu QI.