quarta-feira, agosto 15, 2007

As músicas e álbuns mais ouvidos 2

Nessa véspera de mais uma mudanca de endereco aqui em Lund, dei uma olhada no itunes pra ver quais músicas mais ouvi neste meu segundo quarto. Ei-la:

1. "All my friends", LCD Soundsystem - 40 audicões
2. "Someone Great, LCD Soundsystem - 28
3. "On Call", Kings of Leon - 25
4. "McFearless", Kings of Leon - 24
5. "Something Special", The Tough Alliance - 22
6. "Banquet", Bloc Party - 21
7. "Song for Clay (disappear here), Bloc Party - 21
8. "For Reasons Unknown", the Killers - 21
9. "Hunting for Witches", Bloc Party - 19
10. "The Heinrich Maneuver", Interpol - 17

A lista ficou bem menos eclética que a primeira, com bem mais repeticões. Ela reflete não tanto as músicas, mas os álbuns que realmente mais marcaram os primeiros sete meses do ano. Sim, foram os três maravilhosos álbuns novos do LCD Soundsystem, Bloc Party e Kings of Leon.

O álbum do Kings of Leon, "Because of the Times", foi de consumo mais imediato e compulsivo: o ouvi sem parar assim que ele foi lancado. Agora já passou e parece-me que o disco ficou menor. É bem Kings of Leon: combustão rápida mas fortíssima. Ao vivo, no Southside Festival, eles foram muito bons.

Com o álbum do Bloc Party, "A Weekend in the City", a coisa funcionou de maneira completamente diferente. Primeiro gostei de uma música só, rechacando o resto do álbum. Depois passei a gostar de outra músicas. Finalmente, peguei-o de jeito com as letras na mão e fiquei absolutamente em êxtase com o álbum como um todo. Hoje o disco me parece maior ainda, como uma fotografia que retrata tão bem um determinado momento que se torna mais real que a realidade. Ao vivo, nas duas vezes que vi num espaco de dois meses, eles são gigantescos. Shows do ano!

O álbum do LCD Soundsystem, "Sounds of Silver" é o mais recente dos três e talvez o mais completo dentre todos. É o tipo de álbum que me fez apreciar mais até os trabalhos anteriores da banda. Não há nada como o LCD Soundsystem hoje. Eles são uma mistura tão grande e tão coesa, tão dancante e com lentras relevantes. Há no disco a união de duas coisas muito diferentes que me fazem gostar de rock, mas que normalmente estão em campos opostos: de um lado eles me põem em um contato plenamente consciente, mas sensível e diverso, com meus sentimentos e opiniões; de outro eles me tiram completamente do campo consciente, fazendo-me entregar-me a um batida, a um riff, a uma estrofe, criando sensacões e novos sentimentos. Parece que o álbum não funciona assim com todo mundo. Amigos meus de ótimo gosto parecem não "perceber" o álbum. Comigo, no entanto, a história é outra. É uma história que, parafraseando Eca de Queiroz, me faz entrar numa "existência superiormente interessante". Empolguei-me? talvez sim, mas oucam "All my friends" sabendo o que ele está cantando e depois me digam...

A décima música mais ouvida é do também estrondoso novo disco do Interpol, "Our Love to Admire", que ouvi incessantemente no ipod durante a última viagem. Quem estivesse comigo iria ouvir eu dizendo de vez quando, "How are things on the west coast?", que é como comeca "The heinrich Maneuver". Ao vivo, no Southside Festival, quando ainda não tinha ouvido o álbum novo, (o show foi antes do lancamento do CD) o Interpol foi ainda melhor do que eu esperava.

Ah, não comentei como é o LCD Soundsystem ao vivo porque não os vi. Tive a chance, em Londres, mas o ingresso era mais caro do que eu concebia pagar: 250 reais. Idiota!