domingo, agosto 12, 2007

Dois trens, duas sensacões diferentes

Em fevereiro, num trem de Lund para Estocolmo, a caminho da Rússia:

"Em Lund, almocando com amigos, sentia apenas tristeza por deixá-los e deixar Lund em um momento em que tudo germina. Quase arrependido, segui para a estacão central pensando no quanto vai ser difícil deixar esta cidade ao voltar para o Brasil.

O trem saiu pontualmente e cá estou sentado, com o sol confortavelmente batendo em meu rosto... e já esqueci quase toda a tristeza, trocada por calma falicidade.

Faz mais um dia lindo e vejo a Suécia passar pela janela, agora sem neve: campos gramados, florestas de coníferas, casas coloridas. Quão pacífica é a beleza deste país.

Vejo uma pessoa com uma bela tatuagem. Por um instante, deu vontade de ter uma."

Em agosto, num trem entre Copenhagen e Lund, voltando da Alemanha, quando todos os meus colegas de mestrado ainda estão viajando:

"Onde se tem casa?
Abaixo do "seu" teto, simplesmente?
Onde se dorme ou se acorda a qualquer hora?
Onde se vê o que se quer na TV?
... se põe o que bem entender na geladeira?
... se acessa o que desejar na internet?
... se lê, se joga video-game, se olha pro teto?
... se vai ao banheiro e se senta tranquilamente na privada?
Onde se tem casa?
O que a define?
Necessito resposta
Porque ao chegar no meu endereco hoje, não haverá ninguém acessível via ligacão local
Será só liberdade
Mas também só silêncio, só longos dias, só não-interrupcão
Só liberdade faz um lar?
...
Talvez casa seja onde se acessa costumeiramente o skype."